
Um exemplo vivido hoje:
Veja a foto, analise, ... se for preciso amplie clicando nela, ... qual é a sua interpretação?, qual é o primeiro julgamento que fazemos?
Eu fiz, logo imaginei um carro em alta velocidade atropelando a carroça que estava atravessando a avenida, no seu ritmo lento. Já estava até vendo a manchete: "Cavalo atropelado na avenida por motorista embriagado e em alta velocidade".
Eu fiz, mas foi no local, um pouco diferente de ver na foto, você está sob um impacto emocional mais forte. Depois desse primeiro impacto vendo o animal morto, estendido no chão, logo pensei, como aconteceu?,... quem é o culpado?,... cadê o carro? ... o que aconteceu com o carroceiro?... alguém se feriu?
O local já estava cheio de gente, todos boquiabertos com a cena, uns com dó do animal, outros indignados com os motoristas e outros discutindo ser a travessia naquele local muito perigosa.
Comecei então a me aproximar das pessoas que discutiam para ouvir o que diziam, dois senhores estavam discutindo a cena, e ouvi um deles dizendo:
- Esses motoristas não respeitam nada! ... o que o outro respondeu: Nem mesmo a lombada adianta aqui!
Querendo extrair informações entrei na conversa mais ou menos dentro da indignação deles e disse:
- Será que ele estava voando? mesmo com a lombada? ... para matar um cavalo desse jeito?
A resposta não me ajudou muito, pois os dois senhores desconheciam o que realmente tinha acontecido e estavam também fazendo um pré-julgamento.
Um pouco mais distante estava um grupo de pessoas em volta de um carro, e pelo estrago numa das laterais presumi ser o carro atropelador do cavalo e me aproximei. Nesse momento chegou o atendimento de emergência do Corpo de Bombeiros e estavam conversando com uma única senhora que estava no carro, do lado do passageiro, por isso não consegui avaliar quem era o motorista.
Olhando o carro acidentado não consegui entender o estrago na lateral do motorista, estava com um grande amassado na porta traseira e o vidro dessa janela quebrado e mais algumas escoriações pela lataria nessa lateral. Eu esperava que o carro estivesse com a frente destruída por ter atingido o cavalo e a carroça.
Novamente prestei atenção ao que as pessoas falavam e me aproximei de um senhor que falava mais alto e contava algo sobre o ocorrido. Contou que o cavalo disparou, desembestou, fugiu, carregando a carroça em alta velocidade e pondo em risco as pessoas na rua, e que até bateu em seu carro que estava estacionado.
Sabe-se lá o que o cavalo estava pensando nessa hora, ou o motivo que o fez sair correndo, a verdade é que ele não parou e continuo sua desabalada carreira até que ao atravessar essa avenida de grande movimento encontrou pela frente um carro, que na verdade estava devagar pois tinha acabado de passar pela lombada. A pancada foi violenta e o animal não resistiu e morreu no local.
Entendeu bem o que aconteceu? Viu como é fácil fazer um pré-julgamento, esse foi só um exemplo e que me inspirou a escrever sobre o assunto. Agora, também não vamos colocar a culpa no cavalo!
Ah! ... o local da foto? ... bom, isso não é o que importa!
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"A humildade é uma coisa estranha, quando achamos que a temos, nesse momento já a perdemos.