terça-feira, 28 de junho de 2011

Virose! você vai pegar mais uma...



É virose! ... de novo!
Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de diagnóstico não é feito na incerteza. A recomendação de repouso, alimentação adequada e ingestão de muito líquido são, realmente, a melhor forma de ajudar o organismo a combater o inimigo.
De repente, surge um mal-estar, cansaço, dor de cabeça. Depois, dores pelo corpo inteiro, espirro, nariz escorrendo e febre. Ou dores de barriga, vômito, diarreias. E mais febre. Esses problemas de saúde são tão corriqueiros que muita gente já sabe o que vai escutar do médico: “Isso é uma virose!”. Muitos pacientes chegam até a se irritar com o diagnóstico e com a recomendação geral de repousar e cuidar bem da alimentação. E nada mais. Sem um pedido de exame de laboratório sequer, nem um medicamento. Daí, quase sempre bate a incerteza: “Será que o médico sabe o que está dizendo? Não seria melhor tomar um antibiótico logo de cara?”.

Por que tanta confusão?
A dúvida é mais comum do que se imagina. Tem muita gente acreditando que virose é um termo usado pelos médicos quando não sabem quais são os males que afligem seus pacientes. Mas virose existe, sim, e é definida como uma infecção causada por um vírus. O termo é genérico, pois serve para indicar desde uma doença branda e passageira, como um simples resfriado, até males mais graves que podem levar ao óbito, quando não são atendidos pronta e corretamente como é o caso da dengue. Outros exemplos de distúrbios perigosos causados por vírus são a febre amarela e a Aids.
Mas, na maioria das vezes, o médico conta com poucos dados para diferenciar uma virose de uma infecção bacteriana. Por cautela, então, muitos preferem acompanhar o desenrolar da história, antes de entrar com medicações mais contundentes como o antibiótico, indicado única e exclusivamente para matar bactérias. “Os sintomas das infecções provocadas por vírus ou por bactérias, no início, são muito semelhantes. Começam com dor no corpo, malestar generalizado, dores de cabeça e febre, em ambos os casos. Não existe um sinal clássico para um ou outro tipo de infecção. Daí, a dificuldade de fechar um diagnóstico definitivo num primeiro momento”, diz José Ribamar Carvalho Branco, infectologista do Hospital São Camilo, SP, e coordenador da Campanha Internacional para Salvar 5 Milhões de Vidas, ligada ao Institute for Healthcare Improvement.
Esse aguardo não significa que o médico não tem certeza do que fazer por desconhecer o que se passa realmente com seu paciente. Como sabe que em 90% dos casos a virose é uma doença benigna e que o próprio sistema de defesa do indivíduo se incumbe de resolver a questão e que, além disso, a doença é autolimitada, isso é, tem um tempo para acabar sozinha, a melhor decisão é mesmo instruir o paciente para ficar alerta com uma eventual complicação e medicar apenas para combater os sintomas e amenizar o mal-estar, na medida em que não existem medicamentos específicos para matar o vírus.
Na maioria das vezes os sintomas são benignos e desaparecem no período entre 48 e 72 horas
De olho nos sinais
Na maioria das vezes as viroses são benignas e desaparecem no período entre 48 e 72 horas. Porém, em alguns casos, a virose predispõe o organismo a infecções bacterianas. Estas, sim, trazem sérios prejuízos para o organismo. Cerca de 60% das pneumonias causadas por bactérias decorrem de uma gripe ou de outras viroses respiratórias. Ou seja, o indivíduo tem uma infecção viral que debilita o organismo temporariamente, o que se torna uma oportunidade e tanto para uma bactéria se aproveitar da ocasião e causar uma nova infecção. Outros quadros infecciosos que podem acontecer também são: sinusite, amidalite, otite e traqueíte.
Essas mudanças de rumo são mais frequentes em crianças e idosos porque o sistema imunológico em ambos os casos não conseguem responder a altura. “Nos menores porque as defesas ainda não funcionam como deveria. Nos mais velhos porque o próprio desgaste do organismo, somado a eventuais doenças, debilita o sistema de defesa”, explica Branco.
Por isso, é importante nunca descuidar da evolução da doença e comunicar ao médico qualquer sinal de mudança. “Nos problemas respiratórios, por exemplo, as infecções bacterianas apresentam febre mais alta e uma prostração mais acentuada que as provocadas por vírus. Já nas infecções gastrointestinais causadas por bactérias, as fezes podem apresentar muco ou sangue, além de outros sintomas como dores abdominais, diarreia aguda, febre, náusea e vômitos, que também são comuns às viroses”, explica André Nathan, clínico-geral e pneumologista do Hospital Nove de Julho e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
É POSSÍVEL EVITAR O CONTÁGIO. VEJA COMO Não há garantias contra uma virose intestinal no verão. porém alguns cuidados extras ajudam a diminuir os riscos:
•“A higiene das mãos e dos alimentos são fundamentais para evitar a contaminação”, explica celso granato. os vegetais, como frutas e legumes, devem ser muito bem lavados em uma solução com água filtrada ou fervida e gotas de água sanitária. isso porque eles são um dos principais transmissores de vírus que atacam o sistema digestivo.
•É preciso manter o corpo sempre hidratado para se precaver contra a desidratação. por isso, consuma muito suco de frutas e água de coco, além de água pura, principalmente nos dias muito quentes. mas atenção: cuidado com água de torneira ou de bica da qual não se sabe a procedência. É mais garantido consumir água mineral em garrafas ou copinhos lacrados, de marcas conhecidas.
•Cuidado com alimentos de origem desconhecida vendidos em ruas ou praias. Um lanche natural não é sinônimo de ter sido feito com os cuidados higiênicos adequados.
•Sol, mar, calor, areia e dieta pouco saudável, com muita gordura, por exemplo, são fatores que contribuem, quando em excesso, para um desgaste maior do organismo, abrindo as portas para os ataques de vírus. por isso, aproveite o verão, mas use o bom senso.
•Mais uma vez é bom lembrar que crianças e idosos são mais vulneráveis e, por isso, requerem cuidados especiais. se surgir alguma alteração, esses pacientes devem ser monitorados mais atentamente. também é importante que as vacinas estejam em ordem.
•O controle da febre deve ser feito com atenção, pois temperaturas muito altas ajudam na perda de líquidos pela pele.
•No caso de diarreias, a alimentação deve ser a mais indicada para esses casos. Alimentos como goiaba e maçã diminuem o problema. Já o mamão, o leite e suco de laranja podem piorar o quadro.
•Se depois de tratados com medicações adequadas para a idade, os pacientes com viroses não apresentarem melhoras, é importante voltar ao médico e fazer exames para detectar possíveis infecções.




Afinal, que e bicho é esse? 
Para evitar desconfianças se o diagnóstico de virose está correto, a melhor arma é a informação do paciente, dizem os profissionais. para isso, nada melhor do que saber o que é realmente um vírus, como ele atua no organismo e por que os médicos não receitam antibiótico para acabar com uma virose.
Características dos vírus 
Os vírus são os menores e menos evoluídos organismos vivos existentes na natureza. isso porque não têm células e possuem apenas duas substâncias químicas em sua estrutura. Uma é um ácido nucleico (que pode ser o rNA ou o DNA), onde está seu material genético, com todas as informações necessárias para a produção de outros vírus da mesma espécie. A outra substância é a proteína, a qual forma o capsídeo, um tipo de “capa” que envolve e protege o material genético virótico. como não possuem estrutura celular, precisam obrigatoriamente de células (animal ou vegetal) para se hospedarem.
Exército de cópias 
Ao contrário da bactéria, o vírus não se reproduz. para ter cópias iguais a ele, o vírus invade uma célula e assume o comando. sua primeira providência é desativar o núcleo celular e colocar seu próprio material genético no lugar do dNA da hospedeira. daí, como já tem a “receita” de como fabricar cópias do vírus invasor, a célula invadida começa a trabalhar exclusivamente para produzir novos micro-organismos, iguais ao seu hóspede indesejado. Um único vírus é capaz de originar em 20 minutos centenas de novos seres semelhantes a ele. por isso, uma infecção viral, geralmente, causa profundas alterações no metabolismo da célula invadida e não raro pode matá-la. Fora dela, entretanto, o vírus não demonstra ter nenhuma atividade vital.
Ataque certeiro 
Cada espécie de vírus ataca apenas determinados tipos de células. ou seja, o vírus causador da gripe, conhecido como influenza, por exemplo, ataca as células do sistema respiratório. Já o rotavírus, muito comum no verão, escolhe as células do aparelho gastrointestinal para ocupar o território. Assim, a escolha de cada espécie se dá porque o vírus só consegue infectar a célula que tiver em sua membrana certas substâncias às quais ele possa se ligar. porém, algumas espécies se ligam a mais de um tecido como o vírus da poliomielite, que invade tanto as células nervosas, como as intestinais e as da garganta.
Resistentes aos antibióticos 
Até o momento, poucos medicamentos se mostraram eficazes em destruir os vírus sem causar sérios efeitos colaterais. isso porque, para matar o invasor entrincheirado dentro das células, os medicamentos precisam aniquilar também as hospedeiras. o que, na maioria das vezes, não é um bom negócio para o organismo. Além disso, os antibióticos são totalmente ineficazes no que diz respeito aos vírus, embora matem as bactérias de diversas maneiras.

CONSULTORIA: JOSÉ RIBAMAR CARVALHO BRANCO, INFECTOLOGISTA DO HOSPITAL SÃO CAMILO, SP; CELSO GRANATO, INFECTOLOGISTA, MÉDICO ASSESSOR PARA DOENÇAS INFECCIOSAS DO FLEURY MEDICINA DIAGNÓSTICA; ANDRÉ NATHAN, CLÍNICO-GERAL E PNEUMOLOGISTA DO HOSPITAL NOVE DE JULHO E DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS, SP.

Dalai Lama - Dura realidade!


".... Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."

Dalai Lama