segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Academia ao ar livre: vale a pena?


Francine Lima, repórter da revista ÉPOCA.

Você já deve ter visto na sua cidade ou na televisão. Numa praça aberta ou num parque, idosos, jovens e crianças se chacoalham num conjunto de aparelhos feitos de tubos de metal, pintados em alguma cor vibrante. Não são brinquedos. São aparelhos de ginástica, embora sejam completamente diferentes de tudo que já vi em academias convencionais. Tão diferentes que não foi fácil entender que espécie de exercícios eram aqueles, para que serviam, nem para quem. 

Qual o nome dos exercícios? Como trabalham o corpo? Que melhorias nas capacidades físicas e nos indicadores bioquímicos eles promovem? Será que todo tipo de pessoa pode se beneficiar deles, e sem se machucar? Ou será que só os idosos muito sedentários conseguem aproveitá-los? Há um jeito certo de usar os aparelhos? 

Passei a última semana em busca de respostas. Não consegui todas, mas descobri outras coisas importantes, como, por exemplo, como nascem certos projetos de saúde pública. 

As chamadas academias ao ar livre, ou academias da terceira idade, já estão funcionando em mais de mil cidades brasileiras. Boa parte delas foi montada pelas prefeituras, com a intenção de oferecer à população uma opção acessível e gratuita de atividade física. Notícias sobre a inauguração de uma nova academia dessas saem na imprensa toda hora. 

Uma nota da prefeitura de Curitiba, de 30 de novembro, diz que “as academias ao ar livre têm ajudado curitibanos a sair do sedentarismo”. A nota dizia que, segundo dados preliminares de uma pesquisa com 330 usuários, feita pela própria prefeitura, 33% dessas pessoas haviam retomado a prática de exercícios depois da instalação dos 33 equipamentos de ginástica para uso gratuito na cidade. 

Especialistas que ouvi acreditam nessa tese: ter aparelhos de ginástica disponíveis para uso gratuito aumenta o número de pessoas ativas. Mas será que a gratuidade vem acompanhada da qualidade? 

No último sábado, abordei adultos e adolescentes que usavam os aparelhos de metal no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Perguntei a eles para que serviam os equipamentos que estavam usando. Deram-me respostas diferentes. Um dizia que o “Simulador de caminhada” servia para alongar as pernas, mas outro fazia a tal caminhada simulada tão rapidamente que supus que ele pretendia fazer ali um trabalho cardiovascular. A placa de identificação do aparelho não dava instruções. Só marcava numa ilustração quais eram as partes do corpo supostamente trabalhadas. Fiquei com a impressão de que os usuários não estavam bem informados. 

Ontem, conversei com Heraldo Guiaro, da administração do Parque do Ibirapuera. Ele me contou que os 52 aparelhos instalados no parque foram doados por uma empresa chamada Physicus, de Auriflama, no interior de São Paulo. Doados. Antes de aceitar a doação, porém, a administração do parque teria se reunido com gente da Secretaria Municipal de Esportes para avaliar a qualidade dos equipamentos. 

Roberto Rivelino, profissional de educação física da secretaria de esportes, confirmou a história por telefone. “Nós vimos as fotos do catálogo da Physicus e a descrição de como funcionavam”, me disse Rivelino. As fotos. Então ninguém viu os aparelhos pessoalmente antes de aceitar a doação? Ninguém verificou o design das peças, a mecânica dos movimentos? Ninguém pediu referências da empresa? Não compararam os produtos com equivalentes de outras marcas? Não fizeram perguntas para o responsável técnico da Physicus? Não. Rivelino me disse que não fizeram nada disso. Quando finalmente receberam o carregamento, tudo que verificaram foi o acabamento das peças. 
Bem, agora os aparelhos estão em pleno funcionamento, e os usuários parecem estar gostando. Perguntei a Roberto Rivelino sobre as funções de alguns aparelhos e as alterações benéficas que eles promovem no corpo. Falamos especificamente de um que lembra um volante. Rivelino disse que esse movimenta as articulações e a musculatura dos ombros, e que é para ser um complemento de outras atividades físicas. Mas que tipo de trabalho muscular se executa ali, e que tipo de qualidade física está sendo melhorada? Seria a força? Não. O aumento da massa muscular? Não. A resistência muscular? A capacidade cardiovascular? Rivelino fez silêncio.

Não estava fácil conseguir respostas. Procurei então o responsável por outra academia ao ar livre na cidade. O Hospital Samaritano, que patrocina a Praça Irmãos Karmann, administrada pela Subprefeitura da Lapa, me informou investiu R$ 220 mil na revitalização da praça e apenas R$ 10 mil na compra e instalação da academia ao ar livre, em outubro do ano passado. (É muito barato. Numa academia convencional, um único aparelho pode custar metade disso.) Embora o Hospital Samaritano tenha bancado tudo, “quem desenvolveu o projeto e deu as diretrizes foi a Coordenadoria de Áreas Verdes da Secretaria de Subprefeituras”, disse a assessoria de imprensa do hospital.

Continuei procurando um especialista que me falasse dos critérios técnicos para aprovar a compra dos equipamentos pela prefeitura. Afinal, era um projeto municipal para melhorar a saúde da população, e imaginei que houvesse um especialista em envolvido. Não achei.

Resolvi ir direto às origens: a fabricante da academia. Ali certamente alguém saberia me dizer como os equipamentos foram criados, que estudos de mecânica e fisiologia foram feitos, que argumentos científicos foram usados para convencer tantas prefeituras a apostar nesse tipo de exercício como solução para a qualidade de vida dos idosos e da população em geral.

Com a dica do Samaritano, achei a empresa Ziober, sediada em Maringá (PR). Quem me atendeu foi Aluizio Marques Junior, diretor comercial da empresa. Ele me disse que a marca Ziober já está em 1300 municípios brasileiros, em quase todos os estados, totalizando mais de 2000 academias ao ar livre. Disse também que cerca de 70% delas são projetos de prefeituras, mas que também estão em condomínios, clubes e outros locais privados. “Só em São Paulo já temos cem academias”, afirmou Junior, como prefere ser chamado.

Junior começou a contar como esse sucesso todo começou. Ele diz que, há cerca de cinco anos, quando ainda era vendedor de livros, viu no Globo Repórter uma matéria sobre uma academia ao ar livre na China. Achou que era uma ótima ideia e cutucou seu “amigo de boteco” Paulo Ziober, que na época trabalhava como dobrador de tubos. Justamente os tubos de aço-carbono de que são feitos hoje os aparelhos da Ziober. Resolveram montar um negócio juntos, e deu muito certo.

E como um vendedor de livros e um dobrador de tubos de repente viraram empresários bem-sucedidos do ramo de fitness? Achei que Junior iria dizer que contrataram um designer ótimo, especializado em aparelhos de ginástica, mas não foi nada disso. Junior diz que foram eles dois mesmo que criaram os aparelhos, baseando-se no que conheciam das academias convencionais. E que, só depois que estava tudo pronto, chamaram um “professor de ergonomia” de uma universidade local e um conhecido professor de judô da cidade para dar o aval.

O primeiro cliente da Ziober foi a prefeitura de Maringá. Junior conta que o prefeito se empolgou com a ideia, até porque não precisou tirar um tostão do bolso. A Unimed patrocinaria a primeira (que custou menos de R$ 20 mil) e várias outras das 42 academias ao ar livre da cidade. O projeto foi batizado de Academia da Terceira Idade (ATI), e ganhou um slogan poderoso: “Quem vai para a ATI não vai para a UTI”. Logo, logo, as ATIs viraram um ótimo negócio não só para a Ziober, mas também para as empresas de saúde e as prefeituras, que passaram a aparecer na mídia como criadoras de programas públicos de qualidade de vida.

E para a população, foi um bom negócio? Voltei às perguntas sobre as funções dos aparelhos e os benefícios dos exercícios para a saúde. “Não lembro direito as funções dos aparelhos”, confessa Junior, o criador dos mesmos. “Mas procuramos fazer de um jeito que fosse seguro para a terceira idade. Para os jovens não dá muito resultado de ficar musculoso, porque são aparelhos sem peso. Não há relatos de alguém que tenha se machucado.”

Ainda assim, Junior acredita que a academia seria mais benéfica se as prefeituras assumissem a responsabilidade de orientar os usuários. Segundo ele, dificilmente elas mantêm um profissional instruindo as pessoas sobre como se exercitar ali. Sem isso, como saberão se estão mexendo os músculos e gastando energia na melhor medida possível?

“O temeroso é que as pessoas façam de qualquer jeito”, alerta Julio Cerca Serrão, professor de Biomecânica da USP. Serrão diz que não conhece a mecânica dos aparelhos da academia ao ar livre e não pode comentar sobre isso, mas entende a lógica mercadológica de popularizar o acesso à atividade física. Diz que essas academias são muito populares na Europa, mas que lá a população tende a ser mais bem educada para isso, com mais bagagem de atividades físicas. “No Brasil a maioria ainda não tem esse conhecimento. Se as máquinas são limitadas por permitirem ajustes, que pelo menos haja orientação.”

O fisiatra José Maria Santarém, que possui uma linha de aparelhos de musculação desenvolvidos por ele e estuda os exercícios resistidos há muitos anos e é doutor em medicina pela USP, também disse não ter como avaliar a qualidade das academias ao ar livre. E, que, até que haja uma estatística de lesões associadas a elas, não será possível afirmar que funcionem bem ou mal.

No balanço das conversas, me parece que a população brasileira acolhe muito bem novas oportunidades gratuitas para cuidar da saúde, mas ainda não aprendeu a avaliar a qualidade do que é oferecido. Seria de se esperar que o poder público fosse capaz de fazer essa avaliação antes da população e nos garantir a segurança de que estamos usufruindo de um serviço de qualidade, mas parece que também ainda não podemos confiar cegamente nessa avaliação prévia. Um projeto popular de qualidade de vida será de verdade quando puder oferecer soluções adequadas para problemas reais, com o devido acompanhamento dos resultados. Do contrário, será apenas marketing político.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

É tudo verdade, sou testemunha!


CAÍ NO MUNDO E NÃO SEI COMO VOLTAR! 
*Eduardo Galeano 
 O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco.… Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas.  E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis! Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso. Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.  O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades. Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez. Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida! É mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça. E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.  Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar. Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica. Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros? Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade. Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava. Desse tempo venho eu.  E não que tenha sido melhor... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo". Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... por amor de Deus! Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real. E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher, a mesma e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.  Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô. Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas? Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos... Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê?  Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola. Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave. E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis. Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisas para enrolar. Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de bastos". As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo. Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!! E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa.  E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!! Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objectos com pessoas. Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer. Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno. Não vou dizer que aos velhos se declara a morte quando apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour.  Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue... *jornalista e escritor uruguaio.