sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Encontro Ecológico do Rio Iguaçu

(Veja programação abaixo)
CONVITE
A Comissão Organizadora, em nome das entidades que promovem , apoiam e patrocinam o XII Encontro Ecológico do Rio Iguaçu e o 9º Bóia-Cross, convida Vossa Senhoria e digníssima família para participarem das atividades do referido evento, a realizar-se nos dias 26 e 27 de novembro de 2011, no Parque do Iguaçu, em São Mateus do Sul.
VENHA PARTICIPAR DESTA GRANDE FESTA!

PROGRAMAÇÃO:
Dia 26 de novembro (SÁBADO)
10:00 às 18:00 - 1ª Gincana Ecológica pelo Rio Iguaçu - "Ação que move a vida"
14:00 - Concentração dos participantes do 9º Bóia-Cross junto ao Chalé do Produtor
15:00 - Início da descida
17:00 - Chegada prevista dos participantes do Bóia-Cross

Durante toda a tarde
•“Caminho da Segurança”
•Van de conscientização energética
•Mudas de árvores para plantio e distribuição a população
•Apresentação de bandas de funcionários da COPEL
•Recreação com brinquedos (piscina de bolinhas, cama elástica)
•Pintura no rosto de crianças
•Arrecadação de brinquedos para o Natal das crianças carentes
•Barracas de doces, salgados e bebidas
•Vôos panorâmicos de balão

Dia 27 de novembro (DOMINGO)
8:00 - Concentração dos barqueiros junto a rampa de descida dos barcos
8:30 às 8:45 - Benção dos barqueiros
9:00 - Largada dos barcos
9:00 - Corrida Rústica - Encontro Ecológico "Corra pelo Rio Iguaçu"

Durante toda a manhã e a tarde
1ª Gincana Ecológica pelo Rio Iguaçu -
"Ação que move a vida"
•“Caminho da Segurança”
•Van de conscientização energética
•Mudas de árvores para plantio e distribuição a população
•Apresentação de bandas de funcionários da COPEL
•Barracas de doces, salgados e bebidas
•Recreação com brinquedos (piscina de bolinhas, cama elástica)
•Pintura no rosto de crianças
•Arrecadação de brinquedos para o Natal das crianças carentes
•Circuito de avaliação física incluindo os itens: peso, altura, IMC, perímetro abdominal, pressão arterial e glicemia
•Exposição de fotos da navegação e apresentação do projeto “Rota das Nascentes”
•Vôos panorâmicos de balão

12:00 - Confraternização dos participantes do Encontro Ecológico no rancho dos Srs. Paulo Nadolny e Carlos de Oliveira
15:00 - Início da descida dos barcos trazendo o lixo coletado durante o dia
16:00 - Chegada prevista dos barcos
- Soltura de alevinos
16:30 - Solenidade de encerramento do evento
Portal da Prefeitura Municipal de São Mateus do Sul 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Um pouco da História de São Mateus do Sul



A pedido do Prof. João Martinho Meira - texto de sua autoria

     São  Mateus do Sul, teve sua origem como um posto avançado, uma local de pouso dos Bandeirantes que adentraram nossas matas para ocupar o sul do Brasil; São Mateus foi um ponto estratégico pela sua posição geográfica. Podia pelo rio Iguaçu explorar até as barrancas do Paraná onde inclui o oeste e o sudoeste. Outros rios importantes como o rio Negro, Potinga, Timbó e o próprio rio da Várzea, possibilitavam uma vasta área em sua exploração.
    O nascimento do povoado de São Mateus como muitas cidades teve inicio com a navegação  no rio Iguaçu, no ano de 1880, pelo saudoso Amazonas Marcondes que foi o primeiro a criar uma companhia de navegação e lançar seu primeiro barco, o Vapor Cruzeiro no ano de 1880. Amazonas  Marcondes deu o nome a cidade de Porto Amazonas. Com o passar dos anos muitos vapores singravam as águas do Iguaçu além do Cruzeiro, mais tarde o vapor Paraná... o Peri, entre outros. Muitos vapores da empresa Leão Júnior.
    Aqui um pouco de justiça: São Mateus deve muito a empresa Leão Júnior, que por muitos anos foi responsável pelo grande salto no desenvolvimento de São Mateus, através de sua empresa de mate. O tempo passa e São Mateus do Sul continua  em seu trajeto quando em 1908 tornou-se independente. Antes pertenceu a Marechal Malet e São João do Triunfo. Sua colonização prossegue a ritmo acelerado, sendo povoada por imigrantes principalmente italianos e poloneses. (Dados de meu livro "Água Azul a história de um Povo" e de outros que pesquisei, como o livro do meu amigo Raul Ferreira Doepfer em ''Rio Iguaçu e o último Apito") Sinto-me a vontade para escrever por me sentir um pouco filho dessa terra, embora tenha nascido em Água Azul, Lapa. 
     Lembrar alguns pioneiros me deixa feliz... uma volta no tempo e na  história. Um que salvou a vida de muitos aguazulanos foi o Dr. Paulo Fortes, que salvou meu pai do paratifo e talvez sem a ajuda dele hoje eu não tivesse fazendo esta matéria. Médico humanitário... pra ele interessava salvar o paciente não o quanto iria ganhar. É um exemplo a ser seguido. Aqui também lembro dona Clara Ferreira, uma pioneira que conheci e sua filha Hilda, se tornou minha tia pelo casamento, uma grande pessoa também que só enobrece nossas vidas. Também lembro da familia Cantor Magnani, tive a honra de estudar com uma grande, culta e educada pessoa... JOSÉ GUILHERME CANTOR MAGNANI. Nunca mais o vi, sei que foi perseguido pela revolução de 64 junto com outras grandes cabeças pensantes. Ouvi dizer que foi professor na USP colega de Fernando Henrique Cardoso. Também lembro a família Nadolni onde tive grandes amigos. 
     Em especial quero fazer uma homenagem ao TIO DAVID FELIPE MEIRA E TIA JOSEFA. Nós de Água Azul, quando  tínhamos problemas de doença, ficávamos em sua casa, assim como muitas pessoas do interior. Tínhamos um tratamento especial do casal e aqui faço também uma referência a sua nora Lúcia em saudosa memória com seu marido Benedito Meira, que também nos recebiam como um amigo... um irmão... um ente querido. 
     Também quero lembrar uma arma de guerra que existia em São Mateus...  O TIRO DE GUERRA, onde muitos aguazulanos, meu pai e tios prestaram aí o serviço militar.
     Aqui  me considerando filho de São Mateus deixo meus parabéns pelo seu aniversário e também um forte desejo que continue crescendo e fazendo sua linda historia.
João Martinho Meira - Eng. Agrônomo e professor
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Aqui faço um parenteses para falar um pouco do João Martinho. 
Tivemos pouco contato, mas sempre acompanhei sua história de vida, de sua luta desde que saiu da Água Azul, seu tempo de estudante e a luta de 64. Histórias contada pelo meu pai, pelo meu avô, que ficavam sabendo através de parentes da Água Azul e da Lapa... e em uma oportunidade quando esteve pessoalmente na casa de meus pais. Martinho!... acredite, você foi um exemplo e uma referência para nós. Quantas histórias você não tem para contar, não???
João Martinho Meira é o autor do Livro "Água Azul - A Hitória de um Povo", lançado em 2006 em brilhante solenidade no Teatro São João, na cidade histórica da Lapa, na qual tivemos oportunidade de participar.
Seu livro além de contar a sua história, do seu povo, do nosso povo, retrata também um período da história do Paraná.

Caso alguém tenha interesse no livro pode contatar diretamente o autor no endereço:

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

São Mateus do Sul - 103 anos

Parabéns Sãomateuenses

Estive fazendo um tour e fotografando alguns pontos para mostrar como está nossa querida cidade. São Mateus do Sul está muito bonita e muito bem cuidada, lógico que tem também seus problemas e blá...blá...blá... estou  mostrando as coisas boas e o desenvolvimento por aqui, vamos ser otimistas e todos trabalhar para o bem comum, ... trabalhar! ... heim? ... não atrapalhar! 
Link para as fotos ---> clique aqui  ... em breve estarei disponibilizando mais fotos.
Todo Sãomateuense conhece e nesse dia canta o hino, Ouça e cante também aqui.

Se estiver interessado em notícias de São Mateus do Sul agora o Jornal Aconteceu está online, acesse neste link --- Jornal Aconteceu
Um abraço a todos e que Deus abençoe nossa cidade.


sábado, 27 de agosto de 2011

Consumismo, para onde caminha a humanidade???

 

Consumo consciente
Muitos não tem nem ideia ou consciência desse contexto, ou mesmo não querem nem saber, querem somente consumir.
Coloco abaixo um artigo muito oportuno que recebi e expressa esse momento, é do escritor e teólogo Leonardo Boff, para ajudar-nos a refletirmos sobre o consumismo.
    Carta Maior, 23/08/2011 
    Governados por cegos e irresponsáveis Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem. Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a mídia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norteamericano não vem da produção mas do consumo generalizado. Leonardo Boff 
     Afunilando as muitas análises feitas acerca do complexo de crises que nos assolam, chegamos a algo que nos parece central e que cabe refletir seriamente. As sociedades, a globalização, o processo produtivo, o sistema econômico-financeiro, os sonhos predominantes e o objeto explícito do desejo das grandes maiorias é: consumir e consumir sem limites. Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a midia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norteamericano não vem da produção mas do consumo generalizado. As autoridades inglesas se surpreenderam ao constatar que entre os milhares que faziam turbulências nas várias cidades não estavam apenas os habituais estrangeiros em conflito entre si, mas muitos universitários, ingleses desempregados, professores e até recrutas. Era gente enfurecida porque não tinha acesso ao tão propalado consumo. Não questionavam o paradigma do consumo mas as formas de exclusão dele. No Reino Unido, depois de M.Thatcher e nos EUA depois de R. Reagan, como em geral no mundo, grassa grande desigualdade social. Naquele país, as receitas dos mais ricos cresceram nos últimos anos 273 vezes mais do que as dos pobres, nos informa a Carta Maior de 12/08/2011. Então não é de se admirar a decepção dos frustrados face a um “software social” que lhes nega o acesso ao consumo e face aos cortes do orçamento social, na ordem de 70% que os penaliza pesadamente. 70% do centros de lazer para jovens foram simplesmente fechados. O alarmante é que nem primeiro ministro David Cameron nem os membros da Câmara dos Comuns se deram ao trabalho de perguntar pelo porquê dos saques nas várias cidades. Responderam com o pior meio: mais violência institucional. O conservador Cameron disse com todas as letras: "vamos prender os suspeitos e publicar seus rostos nos meios de comunicação sem nos importarmos com as fictícias preocupações com os direitos humanos”. Eis uma solução do impiedoso capitalismo neoliberal: se a ordem que é desigual e injusta, o exige, se anula a democracia e se passa por cima dos direitos humanos. Logo no pais onde nasceram as primeiras declarações dos direitos dos cidadãos. Se bem repararmos, estamos enredados num círculo vicioso que poderá nos destruir: precisamos produzir para permitir o tal consumo. Sem consumo as empresas vão à falência. Para produzir, elas precisam dos recursos da natureza. Estes estão cada vez mas escassos e já delapidamos a Terra em 30% a mais do que ela pode repor. Se pararmos de extrair, produzir, vender e consumir não há crescimento econômico. Sem crescimento anual os paises entram em recessão, gerando altas taxas de desemprego. Com o desemprego, irrompem o caos social explosivo, depredações e todo tipo de conflitos. Como sair desta armadilha que nós preparamos a nós mesmos? O contrário do consumo não é o não consumo, mas um novo “software social” na feliz expressão do cientista político Luiz Gonzaga de Souza Lima. Quer dizer, urge um novo acordo entre consumo solidário e frugal, acessivel a todos e os limites intransponíveis da natureza. Como fazer? Várias são as sugestões: um “modo sustentável de vida”da Carta da Terra, o “bem viver” das culturas andinas, fundada no equilíbrio homem/Terra, economia solidária, bio-sócio-economia, “capitalismo natural” (expressão infeliz) que tenta integrar os ciclos biológicos na vida econômica e social e outras. Mas não é sobre isso que falam quando os chefes dos Estados opulentos se reúnem. Lá se trata de salvar o sistema que veem dando água por todos os lados. Sabem que a natureza não está mais podendo pagar o alto preço que o modelo consumista cobra. Já está a ponto de pôr em risco a sobrevivência da vida e o futuro das próximas gerações. Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem. 
     É imperativo um novo rumo global, caso quisermos garantir nossa vida e a dos demais seres vivos. A civilização técnico-científica que nos permitiu niveis exacerbados de consumo pode pôr fim a si mesma, destruir a vida e degradar a Terra. Seguramente não é para isso que chegamos até este ponto no processo de evolução. Urge coragem para mudanças radicais, se ainda alimentamos um pouco de amor a nós mesmos. 
     Leonardo Boff é teólogo e escritor.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

K42 Corrida de Aventura em Bombinhas



Valeeeuuu!!!
Foi a melhor corrida que já participei até hoje! ...  se é que se pode chamar de corrida, acho que foi mais um passeio rápido por um cantinho desse paraíso aqui de Bombinhas.
Totalmente fora do contexto de corridas normais, diferente pelo seu trajeto, ora em ruas, ora em praias, em trilhas, sobre pedras, subidas, subidões, descidões,...  cada qual com seu ritmo que deram um toque diferente e agradável ao percurso. Quando o cansaço estava pegando mudava o tipo de terreno e o ritmo da corrida, reanimando e dando novas forças. Ao entrar em uma trilha você não tinha ideia das dificuldades que enfrentaria,  mas tinha uma certeza... que ao sair encontraria sempre uma surpresa, o visual era sempre deslumbrante.
Veja abaixo alguns vídeos se quiser conhecer mais sobre a K42 de Bombinhas, que certamente em 2012 estará sediando a 4a.edição, vale a pena.
O percurso que fizemos 12 Km, registrei com o gps do celular: clique aqui pra ver

Este o vídeo resumo da corrida K42 2011, da organização.


Os próximos links são de outros vídeos feitos por corredores:
http://www.youtube.com/watch?v=S_PlJUFLkqg
http://www.youtube.com/watch?v=R0fpzSdwWZE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=w5T6BXsI0jA&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=QJM4Cw7QWxk&feature=related




Para ver um resumo em fotos da corrida pela WEBRUN: clique aqui

sábado, 30 de julho de 2011

Cuidado com o pré-julgamento

O pré-julgamento é uma das atitudes mais nocivas que o ser humano possa ter, pois antecipar-se a um fato fazendo um pré-julgamento pode ser perigoso, e muita vezes traz conseqüências e “seqüelas” irreversíveis.

Um exemplo vivido hoje: 
Veja a foto, analise, ... se for preciso amplie clicando nela, ... qual é a sua interpretação?, qual é o primeiro julgamento que fazemos?
Eu fiz, logo imaginei um carro em alta velocidade atropelando a carroça que estava atravessando a avenida, no seu ritmo lento. Já estava até vendo a manchete: "Cavalo atropelado na avenida por motorista embriagado e em alta velocidade". 
Eu fiz, mas foi no local,  um pouco diferente de ver na foto, você está sob um impacto emocional mais forte. Depois desse  primeiro impacto vendo o animal morto, estendido no chão, logo pensei, como aconteceu?,... quem é o culpado?,... cadê o carro? ... o que aconteceu com o carroceiro?... alguém se feriu?  
O local já estava cheio de gente, todos boquiabertos com a cena, uns com dó do animal, outros indignados com os motoristas e outros discutindo ser a travessia naquele local muito perigosa.
Comecei então a me aproximar das pessoas que discutiam para ouvir o que diziam, dois senhores estavam discutindo a cena, e ouvi um deles dizendo:
 - Esses motoristas não respeitam nada! ... o que o outro respondeu: Nem mesmo a lombada adianta aqui!
Querendo extrair informações entrei na conversa mais ou menos dentro da indignação deles e disse:
- Será que ele estava voando? mesmo com a lombada? ...  para matar um cavalo desse jeito?
A resposta não me ajudou muito, pois os dois senhores desconheciam o que realmente tinha acontecido e estavam também fazendo um pré-julgamento.
Um pouco mais distante estava um grupo de pessoas em volta de um carro, e pelo estrago numa das laterais presumi ser o carro atropelador do cavalo e me aproximei. Nesse momento chegou o atendimento de emergência do Corpo de Bombeiros e estavam conversando com uma única senhora que estava no carro, do lado do passageiro, por isso não consegui avaliar quem era o motorista.
Olhando o carro acidentado não consegui entender o estrago na lateral do motorista, estava com um grande amassado  na porta traseira e o vidro dessa janela quebrado e mais algumas escoriações pela lataria nessa lateral.  Eu esperava que o carro estivesse com a frente destruída por ter atingido o cavalo e a carroça.
Novamente prestei atenção ao que as pessoas falavam e me aproximei de um senhor que falava mais alto e contava algo sobre o ocorrido. Contou que o cavalo disparou, desembestou, fugiu, carregando a carroça em alta velocidade e pondo em risco as pessoas na rua, e que até bateu em seu carro que estava estacionado.
Sabe-se lá o que o cavalo estava pensando nessa hora, ou o motivo que o fez sair correndo,  a verdade é que ele não parou e continuo sua desabalada carreira até que ao atravessar essa avenida de grande movimento encontrou pela frente um carro, que na verdade estava devagar pois tinha acabado de passar pela lombada.  A pancada foi violenta e o animal não resistiu e morreu no local.
Entendeu bem o que aconteceu? Viu como é fácil fazer um pré-julgamento, esse foi só um exemplo e que me inspirou a escrever sobre o assunto. Agora, também não vamos colocar a culpa no cavalo!
Ah! ... o local da foto? ... bom, isso não é o que importa!
Não deixe de comentar abaixo, seu comentário será bem-vindo. 
"A humildade é uma coisa estranha, quando achamos que a temos, nesse momento já a perdemos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Virose! você vai pegar mais uma...



É virose! ... de novo!
Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de diagnóstico não é feito na incerteza. A recomendação de repouso, alimentação adequada e ingestão de muito líquido são, realmente, a melhor forma de ajudar o organismo a combater o inimigo.
De repente, surge um mal-estar, cansaço, dor de cabeça. Depois, dores pelo corpo inteiro, espirro, nariz escorrendo e febre. Ou dores de barriga, vômito, diarreias. E mais febre. Esses problemas de saúde são tão corriqueiros que muita gente já sabe o que vai escutar do médico: “Isso é uma virose!”. Muitos pacientes chegam até a se irritar com o diagnóstico e com a recomendação geral de repousar e cuidar bem da alimentação. E nada mais. Sem um pedido de exame de laboratório sequer, nem um medicamento. Daí, quase sempre bate a incerteza: “Será que o médico sabe o que está dizendo? Não seria melhor tomar um antibiótico logo de cara?”.

Por que tanta confusão?
A dúvida é mais comum do que se imagina. Tem muita gente acreditando que virose é um termo usado pelos médicos quando não sabem quais são os males que afligem seus pacientes. Mas virose existe, sim, e é definida como uma infecção causada por um vírus. O termo é genérico, pois serve para indicar desde uma doença branda e passageira, como um simples resfriado, até males mais graves que podem levar ao óbito, quando não são atendidos pronta e corretamente como é o caso da dengue. Outros exemplos de distúrbios perigosos causados por vírus são a febre amarela e a Aids.
Mas, na maioria das vezes, o médico conta com poucos dados para diferenciar uma virose de uma infecção bacteriana. Por cautela, então, muitos preferem acompanhar o desenrolar da história, antes de entrar com medicações mais contundentes como o antibiótico, indicado única e exclusivamente para matar bactérias. “Os sintomas das infecções provocadas por vírus ou por bactérias, no início, são muito semelhantes. Começam com dor no corpo, malestar generalizado, dores de cabeça e febre, em ambos os casos. Não existe um sinal clássico para um ou outro tipo de infecção. Daí, a dificuldade de fechar um diagnóstico definitivo num primeiro momento”, diz José Ribamar Carvalho Branco, infectologista do Hospital São Camilo, SP, e coordenador da Campanha Internacional para Salvar 5 Milhões de Vidas, ligada ao Institute for Healthcare Improvement.
Esse aguardo não significa que o médico não tem certeza do que fazer por desconhecer o que se passa realmente com seu paciente. Como sabe que em 90% dos casos a virose é uma doença benigna e que o próprio sistema de defesa do indivíduo se incumbe de resolver a questão e que, além disso, a doença é autolimitada, isso é, tem um tempo para acabar sozinha, a melhor decisão é mesmo instruir o paciente para ficar alerta com uma eventual complicação e medicar apenas para combater os sintomas e amenizar o mal-estar, na medida em que não existem medicamentos específicos para matar o vírus.
Na maioria das vezes os sintomas são benignos e desaparecem no período entre 48 e 72 horas
De olho nos sinais
Na maioria das vezes as viroses são benignas e desaparecem no período entre 48 e 72 horas. Porém, em alguns casos, a virose predispõe o organismo a infecções bacterianas. Estas, sim, trazem sérios prejuízos para o organismo. Cerca de 60% das pneumonias causadas por bactérias decorrem de uma gripe ou de outras viroses respiratórias. Ou seja, o indivíduo tem uma infecção viral que debilita o organismo temporariamente, o que se torna uma oportunidade e tanto para uma bactéria se aproveitar da ocasião e causar uma nova infecção. Outros quadros infecciosos que podem acontecer também são: sinusite, amidalite, otite e traqueíte.
Essas mudanças de rumo são mais frequentes em crianças e idosos porque o sistema imunológico em ambos os casos não conseguem responder a altura. “Nos menores porque as defesas ainda não funcionam como deveria. Nos mais velhos porque o próprio desgaste do organismo, somado a eventuais doenças, debilita o sistema de defesa”, explica Branco.
Por isso, é importante nunca descuidar da evolução da doença e comunicar ao médico qualquer sinal de mudança. “Nos problemas respiratórios, por exemplo, as infecções bacterianas apresentam febre mais alta e uma prostração mais acentuada que as provocadas por vírus. Já nas infecções gastrointestinais causadas por bactérias, as fezes podem apresentar muco ou sangue, além de outros sintomas como dores abdominais, diarreia aguda, febre, náusea e vômitos, que também são comuns às viroses”, explica André Nathan, clínico-geral e pneumologista do Hospital Nove de Julho e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
É POSSÍVEL EVITAR O CONTÁGIO. VEJA COMO Não há garantias contra uma virose intestinal no verão. porém alguns cuidados extras ajudam a diminuir os riscos:
•“A higiene das mãos e dos alimentos são fundamentais para evitar a contaminação”, explica celso granato. os vegetais, como frutas e legumes, devem ser muito bem lavados em uma solução com água filtrada ou fervida e gotas de água sanitária. isso porque eles são um dos principais transmissores de vírus que atacam o sistema digestivo.
•É preciso manter o corpo sempre hidratado para se precaver contra a desidratação. por isso, consuma muito suco de frutas e água de coco, além de água pura, principalmente nos dias muito quentes. mas atenção: cuidado com água de torneira ou de bica da qual não se sabe a procedência. É mais garantido consumir água mineral em garrafas ou copinhos lacrados, de marcas conhecidas.
•Cuidado com alimentos de origem desconhecida vendidos em ruas ou praias. Um lanche natural não é sinônimo de ter sido feito com os cuidados higiênicos adequados.
•Sol, mar, calor, areia e dieta pouco saudável, com muita gordura, por exemplo, são fatores que contribuem, quando em excesso, para um desgaste maior do organismo, abrindo as portas para os ataques de vírus. por isso, aproveite o verão, mas use o bom senso.
•Mais uma vez é bom lembrar que crianças e idosos são mais vulneráveis e, por isso, requerem cuidados especiais. se surgir alguma alteração, esses pacientes devem ser monitorados mais atentamente. também é importante que as vacinas estejam em ordem.
•O controle da febre deve ser feito com atenção, pois temperaturas muito altas ajudam na perda de líquidos pela pele.
•No caso de diarreias, a alimentação deve ser a mais indicada para esses casos. Alimentos como goiaba e maçã diminuem o problema. Já o mamão, o leite e suco de laranja podem piorar o quadro.
•Se depois de tratados com medicações adequadas para a idade, os pacientes com viroses não apresentarem melhoras, é importante voltar ao médico e fazer exames para detectar possíveis infecções.




Afinal, que e bicho é esse? 
Para evitar desconfianças se o diagnóstico de virose está correto, a melhor arma é a informação do paciente, dizem os profissionais. para isso, nada melhor do que saber o que é realmente um vírus, como ele atua no organismo e por que os médicos não receitam antibiótico para acabar com uma virose.
Características dos vírus 
Os vírus são os menores e menos evoluídos organismos vivos existentes na natureza. isso porque não têm células e possuem apenas duas substâncias químicas em sua estrutura. Uma é um ácido nucleico (que pode ser o rNA ou o DNA), onde está seu material genético, com todas as informações necessárias para a produção de outros vírus da mesma espécie. A outra substância é a proteína, a qual forma o capsídeo, um tipo de “capa” que envolve e protege o material genético virótico. como não possuem estrutura celular, precisam obrigatoriamente de células (animal ou vegetal) para se hospedarem.
Exército de cópias 
Ao contrário da bactéria, o vírus não se reproduz. para ter cópias iguais a ele, o vírus invade uma célula e assume o comando. sua primeira providência é desativar o núcleo celular e colocar seu próprio material genético no lugar do dNA da hospedeira. daí, como já tem a “receita” de como fabricar cópias do vírus invasor, a célula invadida começa a trabalhar exclusivamente para produzir novos micro-organismos, iguais ao seu hóspede indesejado. Um único vírus é capaz de originar em 20 minutos centenas de novos seres semelhantes a ele. por isso, uma infecção viral, geralmente, causa profundas alterações no metabolismo da célula invadida e não raro pode matá-la. Fora dela, entretanto, o vírus não demonstra ter nenhuma atividade vital.
Ataque certeiro 
Cada espécie de vírus ataca apenas determinados tipos de células. ou seja, o vírus causador da gripe, conhecido como influenza, por exemplo, ataca as células do sistema respiratório. Já o rotavírus, muito comum no verão, escolhe as células do aparelho gastrointestinal para ocupar o território. Assim, a escolha de cada espécie se dá porque o vírus só consegue infectar a célula que tiver em sua membrana certas substâncias às quais ele possa se ligar. porém, algumas espécies se ligam a mais de um tecido como o vírus da poliomielite, que invade tanto as células nervosas, como as intestinais e as da garganta.
Resistentes aos antibióticos 
Até o momento, poucos medicamentos se mostraram eficazes em destruir os vírus sem causar sérios efeitos colaterais. isso porque, para matar o invasor entrincheirado dentro das células, os medicamentos precisam aniquilar também as hospedeiras. o que, na maioria das vezes, não é um bom negócio para o organismo. Além disso, os antibióticos são totalmente ineficazes no que diz respeito aos vírus, embora matem as bactérias de diversas maneiras.

CONSULTORIA: JOSÉ RIBAMAR CARVALHO BRANCO, INFECTOLOGISTA DO HOSPITAL SÃO CAMILO, SP; CELSO GRANATO, INFECTOLOGISTA, MÉDICO ASSESSOR PARA DOENÇAS INFECCIOSAS DO FLEURY MEDICINA DIAGNÓSTICA; ANDRÉ NATHAN, CLÍNICO-GERAL E PNEUMOLOGISTA DO HOSPITAL NOVE DE JULHO E DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS, SP.

Dalai Lama - Dura realidade!


".... Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."

Dalai Lama

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Agrotóxicos - você sabe quanto come?


    Nosso mar de agrotóxicos – e seus efeitos 
    Baseada em latifúndio e monocultivos, agricultura brasileira já consume 1 bilhão de litros de venenos, que contaminam água, solo e seres humanos. Por Danilo Augusto, na Radioagência NP Na última safra, as lavouras brasileiras bateram o recorde de uso de agrotóxicos. De acordo com informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindage), mais de um bilhão de litros de veneno foram usados na agricultura. Se confirmado o volume de vendas estimado em 2010 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), esse recorde pode ser superado. A entidade estima um crescimento de até 8%, em relação ao período anterior. O uso excessivo destas substâncias químicas está relacionado com o modelo agrícola brasileiro, que se sustenta no latifúndio, na monocultura, na produção altamente mecanizada para a produção em larga escala. Para sustentar essa lógica, empresas e produtores precisam usar sem qualquer controle os agrotóxicos. Mas para onde vai este veneno? Grande parte dele vai parar nos alimentos à venda nos supermercados, nas feiras. Ou seja, vai parar na mesa da população e, depois, no estômago. Um estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) detectou no pimentão mais comum, vendido nos supermercados, substâncias tóxicas no patamar de 64% além da quantidade permitida. Na cenoura e na alface, foram encontrados 30% e 19% de agrotóxicos acima do recomendável pelo órgão do governo. Vale lembrar que a quantidade limite de agrotóxicos e produtos proibidos são diferentes para cada cultura, mas é certo afirmar que estamos comento produtos envenenados. Além da contaminação dos alimentos, os agrotóxicos estão se dispersando no meio ambiente, seja na terra, água e até mesmo o ar. Muitos desses agrotóxicos comercializados no Brasil, inclusive, formam banidos da União Europeia (UE). Uma operação da Anvisa, que durou aproximadamente dez meses e visitou sete fábricas de agrotóxicos instaladas no Brasil, concluiu que seis delas desrespeitavam as regras sanitárias e tiveram as linhas de produções fechadas temporariamente. Entre as irregularidades encontradas, estão o uso de matéria-prima vencida e adulteração da fórmula. Para a gerente de normatização da Anvisa, Letícia Silva, as irregularidades encontradas se tornam mais preocupantes, pois esses agentes químicos são comercializados e estão se espalhando pelo meio ambiente. “É bastante assustador. Principalmente quando pensamos que a água que bebemos está contaminada. Há estudos que mostram que há resíduos de agrotóxico na água da chuva e no ar. Um estudo feito pela Universidade Federal do Mato Grosso constatou que há resíduos de agrotóxicos no ar respirado em escolas da zona rural e até mesmo urbana, de municípios que plantam soja. Está em xeque nossa possibilidade de decidir. Começam aparecer indícios que toda uma cadeia alimentar está contaminada, desde a água, o solo, até o ar. Letícia Silva se refere ao estudo da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foram medidos os efeitos do uso de agrotóxicos em moradores de dois municípios produtores de grãos: Campo Verde e Lucas do Rio Verde. Foi constatado que os agrotóxicos estão até mesmo no sangue e na urina das pessoas. O levantamento monitorou a água dos poços artesianos e identificou a existência de resíduos de agrotóxicos em 32% das amostras analisadas. Em 40% dos testes com a água da chuva, também foi identificada a presença de venenos agrícolas. Nos testes com o ar, 11% das amostras continham substâncias tóxicas, como o Endossulfam, proibido pelo potencial cancerígeno. O médico e professor da UFMT, Wanderlei Pignatti, relata a situação. “Não existe uso seguro de agrotóxicos. Uso de agrotóxico deve ser considerado como uma poluição intencional, por quê? As pragas das lavouras que são as ervas daninhas, fungos e insetos, estão crescendo no meio da plantação. Se eles estão crescendo, o fazendeiro poluiu aquele ambiente de maneira intencional para tentar atingir as pragas. Com esta prática, ele polui o ambiente de trabalho, todo o meio ambiente e inclusive polui o alimento que está produzindo. Por isso o fazendeiro sabe que todo agrotóxico que ele compra é nocivo.” Contaminação parecida foi constada no município de Limoeiro do Norte (CE). Agrotóxicos pulverizados por avião sobre as monoculturas estão contaminando a água da região. De acordo com resultados parciais de pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC), pelo menos sete tipos de venenos já foram encontrados nas amostras de caixas d’águas que abastecem diretamente as torneiras da população. O morador do município e integrante da Cáritas Diocesana, Diego Gradelha, afirma que o agrotóxico já está contaminando até mesmo um aquífero. “Já sabemos que há pelo menos setes princípios ativos de agrotóxico na água que bebemos. O Aquífero Jandaíra, com águas a 100 metros de profundidade, já está contaminado. O agrotóxico contamina o homem e a água. Mas existe uma cegueira na administração pública em não fiscalizar e nem cobrar das empresas provas que eles não contaminam.” De acordo com o integrante dos Movimentos do Atingidos por Barragens (MAB) do estado de Pernambuco, Celso Rodrigues dos Santos, a lógica de produção das grandes empresas para a monocultura acabou sendo adotada pelos pequenos agricultores, que usam excessivamente agrotóxicos para matar qualquer praga que aparece nas plantações. “Temos uma preocupação muito grande com esta questão dos inseticidas. Quando aparece uma praga o pessoal nem respeita o tempo certo da colheita, e para cultivar o produto “limpo”, sem praga, já sai jogando muito agrotóxico.” O solo está constituído por uma mistura variável de minerais, matéria orgânica e água, capaz de sustentar a vida das plantas na superfície da terra. A professora da Universidade Federal do Ceará, Raquel Rigotto, explica que não é possível separar os agrotóxicos da destruição do ambiente. “As empresas chegam e já promovem o desmatamento, reduzindo a biodiversidade que é fundamental para manter o equilíbrio do ecossistema, fato que protege as lavouras contras as pragas. Em seguida entram com a monocultura que nada mais é que a afirmação do oposto da biodiversidade. Depois aplicam uma série de praticas de fertilização. E critérios de produtividade por hectare são impostos à terra para estressar as plantas e produzir rapidamente o fruto. Este modo de produzir é indutor da necessidade do uso de agrotóxico. Com isto a terra está respondendo de forma muito dolorosa. No Ceará, há três fazendas que interromperam a produção porque a terra não produz mais.” A preservação do meio ambiente, como da água, do solo, do ar e das chuvas, deixa para todos os brasileiros a tarefa de discutir quem são os grandes beneficiados e prejudicados pelo uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras de nosso país. Reportagem de Danilo Augusto, da série especial “Os perigos dos agrotóxicos no Brasil”, produzido pela Radioagência NP.
    - Um parlamentar na luta contra os agrotóxicos clique aqui

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Academia ao ar livre: vale a pena?


Francine Lima, repórter da revista ÉPOCA.

Você já deve ter visto na sua cidade ou na televisão. Numa praça aberta ou num parque, idosos, jovens e crianças se chacoalham num conjunto de aparelhos feitos de tubos de metal, pintados em alguma cor vibrante. Não são brinquedos. São aparelhos de ginástica, embora sejam completamente diferentes de tudo que já vi em academias convencionais. Tão diferentes que não foi fácil entender que espécie de exercícios eram aqueles, para que serviam, nem para quem. 

Qual o nome dos exercícios? Como trabalham o corpo? Que melhorias nas capacidades físicas e nos indicadores bioquímicos eles promovem? Será que todo tipo de pessoa pode se beneficiar deles, e sem se machucar? Ou será que só os idosos muito sedentários conseguem aproveitá-los? Há um jeito certo de usar os aparelhos? 

Passei a última semana em busca de respostas. Não consegui todas, mas descobri outras coisas importantes, como, por exemplo, como nascem certos projetos de saúde pública. 

As chamadas academias ao ar livre, ou academias da terceira idade, já estão funcionando em mais de mil cidades brasileiras. Boa parte delas foi montada pelas prefeituras, com a intenção de oferecer à população uma opção acessível e gratuita de atividade física. Notícias sobre a inauguração de uma nova academia dessas saem na imprensa toda hora. 

Uma nota da prefeitura de Curitiba, de 30 de novembro, diz que “as academias ao ar livre têm ajudado curitibanos a sair do sedentarismo”. A nota dizia que, segundo dados preliminares de uma pesquisa com 330 usuários, feita pela própria prefeitura, 33% dessas pessoas haviam retomado a prática de exercícios depois da instalação dos 33 equipamentos de ginástica para uso gratuito na cidade. 

Especialistas que ouvi acreditam nessa tese: ter aparelhos de ginástica disponíveis para uso gratuito aumenta o número de pessoas ativas. Mas será que a gratuidade vem acompanhada da qualidade? 

No último sábado, abordei adultos e adolescentes que usavam os aparelhos de metal no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Perguntei a eles para que serviam os equipamentos que estavam usando. Deram-me respostas diferentes. Um dizia que o “Simulador de caminhada” servia para alongar as pernas, mas outro fazia a tal caminhada simulada tão rapidamente que supus que ele pretendia fazer ali um trabalho cardiovascular. A placa de identificação do aparelho não dava instruções. Só marcava numa ilustração quais eram as partes do corpo supostamente trabalhadas. Fiquei com a impressão de que os usuários não estavam bem informados. 

Ontem, conversei com Heraldo Guiaro, da administração do Parque do Ibirapuera. Ele me contou que os 52 aparelhos instalados no parque foram doados por uma empresa chamada Physicus, de Auriflama, no interior de São Paulo. Doados. Antes de aceitar a doação, porém, a administração do parque teria se reunido com gente da Secretaria Municipal de Esportes para avaliar a qualidade dos equipamentos. 

Roberto Rivelino, profissional de educação física da secretaria de esportes, confirmou a história por telefone. “Nós vimos as fotos do catálogo da Physicus e a descrição de como funcionavam”, me disse Rivelino. As fotos. Então ninguém viu os aparelhos pessoalmente antes de aceitar a doação? Ninguém verificou o design das peças, a mecânica dos movimentos? Ninguém pediu referências da empresa? Não compararam os produtos com equivalentes de outras marcas? Não fizeram perguntas para o responsável técnico da Physicus? Não. Rivelino me disse que não fizeram nada disso. Quando finalmente receberam o carregamento, tudo que verificaram foi o acabamento das peças. 
Bem, agora os aparelhos estão em pleno funcionamento, e os usuários parecem estar gostando. Perguntei a Roberto Rivelino sobre as funções de alguns aparelhos e as alterações benéficas que eles promovem no corpo. Falamos especificamente de um que lembra um volante. Rivelino disse que esse movimenta as articulações e a musculatura dos ombros, e que é para ser um complemento de outras atividades físicas. Mas que tipo de trabalho muscular se executa ali, e que tipo de qualidade física está sendo melhorada? Seria a força? Não. O aumento da massa muscular? Não. A resistência muscular? A capacidade cardiovascular? Rivelino fez silêncio.

Não estava fácil conseguir respostas. Procurei então o responsável por outra academia ao ar livre na cidade. O Hospital Samaritano, que patrocina a Praça Irmãos Karmann, administrada pela Subprefeitura da Lapa, me informou investiu R$ 220 mil na revitalização da praça e apenas R$ 10 mil na compra e instalação da academia ao ar livre, em outubro do ano passado. (É muito barato. Numa academia convencional, um único aparelho pode custar metade disso.) Embora o Hospital Samaritano tenha bancado tudo, “quem desenvolveu o projeto e deu as diretrizes foi a Coordenadoria de Áreas Verdes da Secretaria de Subprefeituras”, disse a assessoria de imprensa do hospital.

Continuei procurando um especialista que me falasse dos critérios técnicos para aprovar a compra dos equipamentos pela prefeitura. Afinal, era um projeto municipal para melhorar a saúde da população, e imaginei que houvesse um especialista em envolvido. Não achei.

Resolvi ir direto às origens: a fabricante da academia. Ali certamente alguém saberia me dizer como os equipamentos foram criados, que estudos de mecânica e fisiologia foram feitos, que argumentos científicos foram usados para convencer tantas prefeituras a apostar nesse tipo de exercício como solução para a qualidade de vida dos idosos e da população em geral.

Com a dica do Samaritano, achei a empresa Ziober, sediada em Maringá (PR). Quem me atendeu foi Aluizio Marques Junior, diretor comercial da empresa. Ele me disse que a marca Ziober já está em 1300 municípios brasileiros, em quase todos os estados, totalizando mais de 2000 academias ao ar livre. Disse também que cerca de 70% delas são projetos de prefeituras, mas que também estão em condomínios, clubes e outros locais privados. “Só em São Paulo já temos cem academias”, afirmou Junior, como prefere ser chamado.

Junior começou a contar como esse sucesso todo começou. Ele diz que, há cerca de cinco anos, quando ainda era vendedor de livros, viu no Globo Repórter uma matéria sobre uma academia ao ar livre na China. Achou que era uma ótima ideia e cutucou seu “amigo de boteco” Paulo Ziober, que na época trabalhava como dobrador de tubos. Justamente os tubos de aço-carbono de que são feitos hoje os aparelhos da Ziober. Resolveram montar um negócio juntos, e deu muito certo.

E como um vendedor de livros e um dobrador de tubos de repente viraram empresários bem-sucedidos do ramo de fitness? Achei que Junior iria dizer que contrataram um designer ótimo, especializado em aparelhos de ginástica, mas não foi nada disso. Junior diz que foram eles dois mesmo que criaram os aparelhos, baseando-se no que conheciam das academias convencionais. E que, só depois que estava tudo pronto, chamaram um “professor de ergonomia” de uma universidade local e um conhecido professor de judô da cidade para dar o aval.

O primeiro cliente da Ziober foi a prefeitura de Maringá. Junior conta que o prefeito se empolgou com a ideia, até porque não precisou tirar um tostão do bolso. A Unimed patrocinaria a primeira (que custou menos de R$ 20 mil) e várias outras das 42 academias ao ar livre da cidade. O projeto foi batizado de Academia da Terceira Idade (ATI), e ganhou um slogan poderoso: “Quem vai para a ATI não vai para a UTI”. Logo, logo, as ATIs viraram um ótimo negócio não só para a Ziober, mas também para as empresas de saúde e as prefeituras, que passaram a aparecer na mídia como criadoras de programas públicos de qualidade de vida.

E para a população, foi um bom negócio? Voltei às perguntas sobre as funções dos aparelhos e os benefícios dos exercícios para a saúde. “Não lembro direito as funções dos aparelhos”, confessa Junior, o criador dos mesmos. “Mas procuramos fazer de um jeito que fosse seguro para a terceira idade. Para os jovens não dá muito resultado de ficar musculoso, porque são aparelhos sem peso. Não há relatos de alguém que tenha se machucado.”

Ainda assim, Junior acredita que a academia seria mais benéfica se as prefeituras assumissem a responsabilidade de orientar os usuários. Segundo ele, dificilmente elas mantêm um profissional instruindo as pessoas sobre como se exercitar ali. Sem isso, como saberão se estão mexendo os músculos e gastando energia na melhor medida possível?

“O temeroso é que as pessoas façam de qualquer jeito”, alerta Julio Cerca Serrão, professor de Biomecânica da USP. Serrão diz que não conhece a mecânica dos aparelhos da academia ao ar livre e não pode comentar sobre isso, mas entende a lógica mercadológica de popularizar o acesso à atividade física. Diz que essas academias são muito populares na Europa, mas que lá a população tende a ser mais bem educada para isso, com mais bagagem de atividades físicas. “No Brasil a maioria ainda não tem esse conhecimento. Se as máquinas são limitadas por permitirem ajustes, que pelo menos haja orientação.”

O fisiatra José Maria Santarém, que possui uma linha de aparelhos de musculação desenvolvidos por ele e estuda os exercícios resistidos há muitos anos e é doutor em medicina pela USP, também disse não ter como avaliar a qualidade das academias ao ar livre. E, que, até que haja uma estatística de lesões associadas a elas, não será possível afirmar que funcionem bem ou mal.

No balanço das conversas, me parece que a população brasileira acolhe muito bem novas oportunidades gratuitas para cuidar da saúde, mas ainda não aprendeu a avaliar a qualidade do que é oferecido. Seria de se esperar que o poder público fosse capaz de fazer essa avaliação antes da população e nos garantir a segurança de que estamos usufruindo de um serviço de qualidade, mas parece que também ainda não podemos confiar cegamente nessa avaliação prévia. Um projeto popular de qualidade de vida será de verdade quando puder oferecer soluções adequadas para problemas reais, com o devido acompanhamento dos resultados. Do contrário, será apenas marketing político.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

É tudo verdade, sou testemunha!


CAÍ NO MUNDO E NÃO SEI COMO VOLTAR! 
*Eduardo Galeano 
 O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco.… Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas.  E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis! Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso. Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.  O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades. Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez. Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida! É mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça. E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.  Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar. Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica. Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros? Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade. Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava. Desse tempo venho eu.  E não que tenha sido melhor... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo". Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... por amor de Deus! Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real. E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher, a mesma e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.  Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô. Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas? Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos... Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê?  Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola. Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave. E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis. Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisas para enrolar. Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de bastos". As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo. Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!! E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa.  E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!! Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objectos com pessoas. Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer. Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno. Não vou dizer que aos velhos se declara a morte quando apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour.  Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue... *jornalista e escritor uruguaio.