Nota: Tive o prazer da visita do autor real deste poema (Edson Marques) conforme seu comentário que pode ser visto abaixo, ao qual retifico a autoria.
Veja mais no blog do Edson.
Sente-se em outra cadeira do outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar do outro lado da rua. Depois mude o caminho, ande por outras ruas calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros,
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo saber, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde e vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas. Troque de carro. Compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude. Lembre-se de que a vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores que as já conhecidas, mas não é isso que importa.
O mais importante é a mudança , o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver, a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!
2 comentários:
Que bom que vocês gostaram do meu poema Mude!
Porém, ao contrário do que vocês dizem, não é de Clarice Lispector.
No meu blog publico todas as "provas":
1. Registro do poema Mude na Biblioteca Nacional em agosto de 2003.
2. Livro Mude, editado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra.
3. CD Filtro Solar, Pedro Bial, onde na faixa 4 o Mude foi publicado (contrato que fiz com a Sony Music)
4. Há milhares de publicações com a citação de autoria correta, em meu nome.
5. O chato é que o filho de Clarice Lispector VENDEU meu poema como se fosse da mamãe dele... rs! (Mas já ganhei estrondosa ação judicial por danos morais: veja www.desafiat.blogspot.com )
Enfim, o que o escritor mais gosta é disso mesmo: ver sua obra reconhecida -- mesmo que com autoria "transferida" para Clarice Lispector...
Abraços,
Lindo poema para reflexão....
...é a vida é uma só! =D
beijos...saudades!
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